IV CERCO DO SANTUARIO SÃO FRANCISCO DE ASSIS
COMPARTILHAR
compartilhar no facebook
compartilhar no messenger
compartilhar no twitter
compartilhar no whatsapp
compartilhar no mais
receba newsletter
IV CERCO DE JERICÓ DO SANTUÁRIO SÃO FRANCISCO DE ASSIS – 25 de Julho a 01 de Agosto
O IV CERCO DE JERICÓ
O IV Cerco de Jericó do Santuário São Francisco de Assis terá como tema Central, iluminado pelo Ano Sacerdotal e o Ano Eucarístico, EUCARISTIA, SACRAMENTO DE AMOR.
“Quem come minha carne e bebe meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,54)
Jesus instituiu diversas maneiras de permanecer conosco. Essa idéia perpassa todo o conteúdo da nossa espiritualidade: a presença de Jesus no meio de nós. A maioria dessas maneiras (oração, Igreja, Evangelho, reflexões, etc.) é espiritual, ritual, metafísica. Outras, porém, são físicas, reais, palpáveis, como a caridade devida aos pobres e a assistência material prestada à Igreja. Há outro meio, porém, de inigualável excelência que é a Eucaristia, o sacramento do amor. Ali, a presença de Jesus é visível, e como tal, real.
Por que Jesus disse que estaria conosco só até o fim do mundo? A resposta, embora profunda, parece-nos fácil. É semelhante à alocução paulina em que ele afirma que por ora existem a fé, a esperança e o amor, mas que o amor é mais importante. Mais importante por quê? Porque um dia, na eternidade nossa esperança e nossa fé se converterão em certeza, perdendo, portanto, a razão de existiram.
O que é a fé? A fé é dom. É um meio auxiliar que Deus nos dá para irmos além do mistério. É certeza do que não se vê. Ora, vendo o Cristo, vivendo o Reino, não precisamos mais da fé. O mesmo sucede com a esperança. Ela é igualmente dom, é virtude teologal (infundida por Deus em nós) para que esperemos algo de bom e futuro, mesmo sem saber bem o que esperamos.
A esperança tem origens na fé. Temos esperança porque acreditamos. Quando o que esperamos acontece, deixamos de ter esperança no que aconteceu, pois se trata já de um acontecimento do presente, e não mais do futuro. Desfazendo-se, por realizadas, a fé e a esperança, o que permanece? Permanece o amor! Por que permanece o amor? Porque o amor é a essência de Deus (cf. 1Jo 4,8.16), vem de Deus (v. 7) e, como tal, “jamais haverá de passar” (1Cor 13,8).
A vida eterna, na comunhão daquele que é amor, será uma eternidade de amor, pois nessa conformidade teológica, o amor nunca há de acabar. Portanto, através das formas que instituiu, Jesus estará conosco só até o fim dos tempos, pois no Reino estaremos juntos pessoalmente e não de forma metafísica (conduzidos pela esperança), ou sob as espécies de pão e vinho (conduzidos pela fé).
Essa presença real de Jesus na Eucaristia, é a consolidação das promessas do pão da vida feitas após a multiplicação dos pães. Uma presença real desse quilate só poderia ser concebida por alguém que nos amasse muito, escolhendo ficar em permanente comunhão com seus amados. Além desse amor-presença, a Eucaristia é memorial do amor de Deus por nós (cf. Jo 3,16), pela entrega de Jesus na cruz, por nosso amor (“ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” Jo 15, 13). A partir dessa perspectiva, a Eucaristia é o sacramento-núcleo da Igreja católica, pois é sinal de união, de amor e presença.
Tendo isso em vista, queremos refletir neste IV Cerco de Jericó, a Eucaristia como centro do amor de Deus no nosso meio. A cada dia teremos dimensões Eucarísticas na vida da Igreja e na nossa vida. Vejamos os temas diários:
TEMA DOS DIAS:
1º. Dia, Domingo 25/07 – EUCARISTIA, O PÃO DA VIDA
Leituras do 18º. Domingo do TC – Ano B
1ª. Leitura Ex 16,2-4.12-15; Salmo 77; 2ª. Leitura Ef 4,17.20-24; Evangelho Jo 6,23-35.
Muita gente hoje, como no tempo de Jesus, tem dúvidas acerca da presença real de Cristo no Pão Eucarístico. Muitos se perguntam: Como pode ser isso?...Não é demais para nossa inteligência humana aceitar tudo isso?...”
É verdade, nossa inteligência humana não é capaz de captar esta presença misteriosa de Cristo na Eucaristia. Somente com os olhos da fé podemos experimentar esta presença real e íntima de Cristo no Pão Sagrado.
Queridos irmãos, estas são as razões pelas quais nós, os católicos, conforme o mandato do Senhor: “Façam isso em memória de mim”, celebramos a eucaristia domingo após domingo, e cremos com toda firmeza que Cristo glorificado está realmente presente no pão e no vinho consagrados.
2º. Dia, Segunda - feira 26/07 – EUCARISTIA E PARTILHA
Leituras do 17º. Domingo do TC – Ano B
1ª. Leitura 2 Rs 4,42-44; Salmo 144; 2ª. Leitura Ef 4,1-6; Evangelho Jo 6,1-15.
Ao multiplicar o pão e os peixes, Jesus chama os discípulos à responsabilidade e mostra que partilhando o que Deus abençoa, a comida se multiplica e ainda sobra. Ele quer que continuemos esse trabalho porque a fome de Deus e a fome do pão material só se saciam com a partilha da vida.
O milagre da multiplicação dos pães vislumbra um milagre ainda maior, a Eucaristia, o Corpo de Cristo repartido entre todos, sinal do amor de Deus e pão nosso de cada dia. O milagre, na verdade, não é a multiplicação, é a partilha.
Que este Cerco nos ajude e reconhecer Jesus presente na Santa Eucaristia e partilhar o que temos, somos e sonhamos com os que necessitam.
3º. Dia, Terça-feira 27/07 – EUCARISTIA E SERVIÇO
Leituras da Quinta-Feira Santa – Ceia do Senhor – Ano C
1ª. Leitura Ex 12,1-8.11-14; Salmo 115; 2ª. Leitura 1 Cor 11,23-36; Evangelho Jo 13,1-15.
O lava-pés é o protótipo do humilde serviço aos outros e revela o verdadeiro sentido da eucaristia. Jesus comeu o pão e bebeu o vinho com os discípulos na última ceia da antiga aliança. Enquanto ceava, se levantou, lavou os pés dos discípulos, retomou seu lugar à mesa, instituindo, a seguir, a ceia da nova aliança. O lava-pés, ao mesmo tempo em que faz a transição da antiga para a nova aliança, revela o espírito da eucaristia: a oferta de "nossos corpos como hóstia viva, santa e agradável a Deus", no humilde serviço fraterno, como Jesus faz. Por isso, Jesus disse aos discípulos quando chegou a hora da última ceia: "desejei ardentemente comer esta páscoa convosco antes de sofrer. Asseguro-vos que a comerei nunca mais, até que se cumpra no Reino de Deus".
Servir como Jesus serve: lavando os pés uns dos outros. Que este Cerco nos ajude e reconhecer Jesus presente na Santa Eucaristia e servi-lo doando todo o nosso ser para a edificação do Reino de Deus.
4º. Dia, Quarta-feira 28/07 – EUCARISTIA E COMUNHÃO
Leituras do 5º. Domingo da Páscoa – Ano B
1ª. Leitura At 9,26-31; Salmo 21; 2ª. Leitura 1 Jo 3,18-24; Evangelho Jo 15,1-8
Comungando no mesmo pão e no mesmo cálice, Corpo e Sangue do Senhor, pleno do Espírito Santo, nós somos misteriosa e realmente unidos a Cristo e, no seu Espírito, unidos uns aos outros. É esta contínua união de todos os comungantes com o Senhor e entre si que faz a Igreja manter-se unida e crescer no único Espírito.
A Eucaristia é sacramento da comunhão da Igreja, através de duas direções: Primeiro, uma direção vertical: comungando, somos unidos a Cristo, entramos numa íntima, misteriosa e realíssima comunhão com ele: Podemos dizer não só que cada um de nós recebe Cristo, mas também que Cristo recebe cada um de nós.
Esta comunhão misteriosa e real com o Senhor, que é Cabeça da Igreja, gera uma segunda comunhão: comunhão profunda com os outros, isto é, os irmãos que comungando do mesmo Corpo e Sangue tornam-se “con-corpóreos” e “con-sangüíneos” em Cristo: a nossa união com Cristo, que é dom e graça para cada um, faz com que, nele, sejamos parte também do seu corpo total que é a Igreja. A Eucaristia consolida a incorporação em Cristo operada no Batismo pelo dom do Espírito.
5º. Dia, Quinta-feira 29/07 – EUCARISTIA, RECONCILIAÇÃO E PERDÃO
Leituras do 24º. Domingo do TC – Ano A
1ª. Leitura Ecl 27,33-28,91; Salmo Responsorial Sl 102; 2ª Leitura Rm 14,7-9; Evangelho Mt 18,21-35
O perdão é um dom, uma graça que procede do amor e da misericórdia de Deus. Há, porém, a exigência de se abrir o coração, criar um espírito de conversão. Na comunidade se buscará a paz, onde não reina a paz prevalecem as ofensas, o desejo de vingança e de retaliação. Portanto, a reconciliação é imprescindível, sem restrições, avançando na direção do perdão mútuo.
A missa é o sacrifício de Jesus que se imola por nós e assim realiza plenamente em nós a remissão de nossos pecados e as penas devidas pelos pecados, concedendo-nos a graça da penitência, de acordo ao grau de disposição de cada um. É Sangue derramado para remissão dos pecados, é Corpo entregado para saldar a dívida que tínhamos.
Se compadece de seu povo e forma um pacto com ele. Compadece-se de seu povo e o livra da escravidão. Compadece-se de seu povo e lhe dá o maná, e é coluna de fogo que o protege durante a noite. Compadece-se e envia a seu Filho Único, como Messias salvador de nossos pecados. E Deus, em Jesus, se compadece de nós e nos dá seu perdão, não somente na confissão senão também na eucaristia.
6º. Dia, Sexta-feira 30/07 – EUCARISTIA E MISSÃO
Leituras do 3º. Domingo da Páscoa – Ano A
1ª. Leitura At 2,14.22-33; Salmo 15; 2ª. Leitura 1 Pd 1,17-21; Evangelho Lc 24,13-35
A “missão” são as tarefas que devem cumprir a comunidade inteira, e cada um de seus membros, ao seu nível e segundo seu próprio carisma, seguindo o mandato do mesmo Cristo e aceitando consciente e responsavelmente os compromissos assumidos diante (dentro) da Igreja, por meio do Batismo, a Confirmação e a Eucaristia.
Pelo fato da Eucaristia ser uma ação ritual, não quer dizer que não implique de diversas maneiras a missão. Ao contrário, é o lugar privilegiado de concentração e expressão, de renovação e compromisso da missão, de envio para a missão.
Para isso, basta recordar encontro de Jesus ressuscitado com os discípulos de Emaús: pela palavra de Jesus que lhes explica o acontecimento de sua morte e ressurreição, e pelo “partir do pão”, os discípulos renovam sua fé e confiança, e sentem-se impulsionados a voltar para Jerusalém para anunciar aos onze a notícia.
Isto é o que explica que a Eucaristia tenha sido substituído por “Missa” que significa “enviar, enviado”, para cumprir a missão, como que dizer, cumprir as tarefas encomendadas e recomendadas pelo mesmo Senhor, recordadas e renovadas na Eucaristia, em ordem a estender o Reino e edificar a Igreja no mundo.
7º. Dia, Sábado 31/07 – EUCARISTIA E COMPROMISSO SOCIAL
Leituras da Solenidade de N. S. J. C. Rei do Universo – Ano A
1ª. Leitura Ez 34,11-12.15-17; Salmo 22; 2ª. Leitura 1 Cor 15,20-26.28; Evangelho Mt 25,31-46
A eucaristia está plenamente vinculada à dimensão social da vida humana. Sendo a celebração do mistério Pascal da vida, morte e ressurreição de Jesus é também a celebração das alegrias e tristezas, mortes e sofrimentos do homem e da mulher de todos os tempos. A eucaristia abraça e impregna toda a criação. “O mundo criado, não somente o gênero humano, mas todo o cosmos volta ao Pai, redimido por Jesus Cristo”.
Ao participar bem da celebração da eucaristia, é impossível, não partir para o compromisso ético, social e político.
Como celebrar o Mistério da Páscoa de Jesus, a entrega de sua vida, se não acolhermos a graça para sairmos de nós mesmos, do nosso egoísmo e abrir-nos à fraternidade que nos faz ver e sentir compaixão pelos que sofrem, tomar o pão, agradecer, repartir e distribuir? Não foi isto que fez Jesus e nos mandou fazer em sua memória?
8º. Dia, Domingo 01/08 - EUCARISTIA, SACRAMENTO DE AMOR
Leituras do 20º. Domingo do TC – Ano B
1ª. Leitura Pr 9,1-6; Salmo 33; 2ª. Leitura Ef 5,15-20; Evangelho Jo 6,51-58
Deus quer oferecer aos homens, em todos os momentos da sua caminhada pela terra, o “pão” da vida plena e definitiva. Naturalmente, os homens têm de fazer a sua escolha e de acolher esse dom. No Evangelho, Jesus reafirma que o objetivo final da sua missão é dar aos homens o “pão da vida”. Para receber essa vida, os discípulos são convidados a “comer a carne” e a “beber o sangue” de Jesus – isto é, a aderir à sua pessoa, a assimilar o seu projeto, a interiorizar a sua proposta. A Eucaristia cristã (o “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus) é um momento privilegiado de encontro com essa vida que Jesus veio oferecer.
Quem está disposto a comungar o Cristo eucarístico deve ter a reta intenção, isto é, sentir o desejo de receber Jesus para a santificação de sua vida e de seus projetos. Nunca deve comungar por outros motivos, como por exemplo, por influência, por vaidade, para ser visto e ser considerado piedoso, por rotina ou para fazer gosto a outras pessoas. Seriam comunhões inválidas, prejudiciais à vida espiritual.
A Eucaristia, que nasce do amor de Cristo e gera o amor, quer fortalecer esse encontro para que todos vivam em absoluta comunhão, de fé, justiça e paz.
